Distopia: Os 7 melhores livros para quem ama realidades distópicas

Se você é fã de distopias, sabe que essas obras nos levam a refletir sobre o futuro da humanidade e como nossas escolhas podem moldar o mundo em que vivemos. Nesta lista vamos escolher os sete melhores livros distópicos para você ler antes de morrer. Essas histórias oferecem uma visão sombria e fascinante de sociedades futuras, e são capazes de prender a atenção do leitor do começo ao fim.

Introdução

A ficção distópica do século XX tem seu início na ficção utópica de autores como H. G. Wells e William Morris. Wells mais propriamente acreditava que os avanços científicos proibiriam a guerra e a pobreza, como propôs em seu romance “Men Like Gods” (1923).

Esse ideal utópico também foi descrito em Morris, que escreveu sobre a sociedade socialista perfeita em “News From Nowhere” (1890), onde, ao mostrar uma sociedade futura perfeita, Morris está defendendo o que acreditava ser a única maneira de viver sem divisões entre arte, vida e trabalho, mas também criticando elementos do socialismo de estado.

À medida que o século XX avançava, os autores estavam menos convencidos sobre essas noções de aperfeiçoamento científico e político. Aldous Huxley criticou os valores utópicos da ciência e o pensamento político de romancistas como Wells e Morris, no clássico “Admirável Mundo Novo”, dando início às distopias na literatura.

Na verdade, muitas ficções distópicas foram inspiradas em um romance russo anterior que examina uma utopia futurista. “Nós”, de Ievguêni Zamiátin, foi publicado em inglês em 1924. O enredo é semelhante ao romance de Huxley: o herói individualista confronta um estado homogeneizado.

Os escritores das décadas de 1940 e 1950 estavam menos interessados ​​em retratar sociedades utópicas fundadas em avanços científicos. A forma de distopia política, talvez inspirada pelo tumulto da Segunda Guerra Mundial, começou a florescer.

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Romances como “The Aerodrome” (1941), de Rex Warner, e “1984” (1949), de George Orwell, eram sobre sociedades dirigidas por governos totalitários e, embora ambientados no futuro, refletem as ansiedades do crescente poder dos regimes fascistas e comunistas soviéticos.

O romance de Orwell inspirou muitas distopias subsequentes, como o clássico “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess.

A distopia de Burgess segue a convenção do indivíduo contra o estado monolítico, inspirando-se em Huxley e Orwell. Mais tarde, o romance distópico evoluiu ainda mais. Romances como “High Rise” de J. G. Ballard apresentaram a sociedade consumista moderna como intrinsecamente distópica.

No romance de Ballard, os moradores de um prédio de apartamentos ultramoderno estão tão isolados do mundo exterior por seu ambiente luxuoso que abandonam seu senso de sociedade e moralidade.

Uma década depois, Margaret Atwood publicou “O Conto da Aia”, um romance que subverte as convenções da distopia política para explorar o feminismo, o racismo, o fundamentalismo cristão e a sexualidade.

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O que é uma distopia?

Antes de definir uma distopia precisamos entender rapidamente o conceito de utopia. O termo ‘utopia’, que significa literalmente ‘nenhum lugar’, foi cunhado por Thomas More em seu livro de mesmo título.

Utopia (1516) descreve uma ilha fictícia no oceano Atlântico e é uma sátira ao estado da Inglaterra. Em contrapartida, num sentido oposto, o filósofo inglês John Stuart Mill cunhou ‘Dystopia’, que significa ‘lugar ruim’, em 1868, quando denunciava a política fundiária do governo irlandês. Obviamente, ele foi inspirado pelos escritos de More sobre a utopia.

Para simplificar, uma distopia é uma a representação de uma realidade ou sociedade imaginária ou alternativa, opressora e sombria, geralmente sob regimes políticos totalitários. Com esta definição a ficção distópica evoluiu, nem sempre falando sobre o futuro.

A discussão crítica advindas das experiências da vida militar, dos Estados totalitários, ou outras preocupações dominantes, como consumismo, igualdade social e o mundo tecnológico em mudança, se torna o mais importante neste tipo de literatura.

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As Distopias vão além de histórias desesperançosas

Ao contrário do que muitos pensam, as distopias não são histórias sem esperança e sem futuro. Geralmente são ambientadas em realidades paralelas sombrias, por vezes opressivas, mas exite sempre parcelas de esperança, coragem e reflexão filosófica vindas de personagens centrais que formam uma resistência ao cenário criado.

Distopias não são histórias para adolescentes

Atulamente, por causa de alguns livros distópicos de sucesso entre o público jovem, como a série “Jogos Vorazes”, por exemplo, as distopias foram associadas à literatura para adolescentes, mas estes sete livros que escolhi são direcionados para adultos, pois abordam temas mais complexos e profundos.

Alguns deles podem, inclusive, ser lidos como alegorias filosóficas e humanistas, indo além da história que narra em si, por vezes com dinâmica nada envolvente para os adolescentes, mas sim para as mentes que buscam reflexão.

As distopias não são todas iguais e nem sempre são ficção científica

Cada distopia apresenta seu aspecto particular do futuro ou de uma versão alternativa da nossa realidade, sendo assim, não podemos dizer que todas elas são iguais, da mesma maneira que não podemos afirmar que toda distopia pode ser encaixada como ficção científica

Embora muitas distopias envolvam elementos de ficção científica, como tecnologias avançadas, algumas se concentram em questões sociais e políticas atuais, sem elementos de fantasia ou ficção científica.

Os 7 Melhores Livros Para Quem Ama Distopias

Se você é fã de distopias, não pode deixar de conferir esses sete livros clássicos.

Descubra as melhores histórias sobre mundos distópicos e prepare-se para uma leitura envolvente, pois aqui estão algumas das melhores opções de livros de distopias para você explorar e se envolver em mundos imaginários que desafiam nossas noções de sociedade e poder.

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1. Aldous Huxley:”Admirável Mundo Novo” (1932)

O livro distópico que se passa em um mundo onde a tecnologia domina tudo

“Admirável Mundo Novo” é um clássico da literatura distópica que você precisa ler obrigatoriamente.

Escrito por Aldous Huxley, o livro apresenta uma sociedade futurista onde a ciência e a tecnologia são usadas para controlar todos os aspectos da vida humana, desde o nascimento até a morte. Ambientada em 2540, ou 634 d.F. (ou seja, depois de Ford, o criador da linha de montagem), apresenta uma sociedade bem diferente: graças aos avanços da tecnologia não existe mais pobreza ou doenças no planeta; um conselho global rege a todos e, com seu lema “comunidade, identidade, estabilidade”, não permite que a população mundial ultrapasse os dois bilhões de pessoas; os seres humanos são gerados em incubadoras e são condicionados a ter uma posição social e uma profissão; e há fartura de recursos.

Em contrapartida, não existe  mais liberdade de escolha nem relações pessoais, embora o sexo e o consumo seja totalmente livre.

Mesmo com este “controle” as pessoas se mostram satisfeitas e felizes, afinal todos têm a obrigação de serem felizes nesse cenário criado por Aldous Huxley, nem que para isso tenha que consumir a droga soma. Tudo caminha bem até que um grupo de pessoas se vê insatisfeito com este Estado científico totalitário.

A história é uma crítica ao avanço desenfreado da tecnologia e à perda da individualidade. Com uma trama intrigante e personagens complexos, “Admirável Mundo Novo” é uma leitura imperdível para os fãs de distopias.

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2. George Orwell: “1984” (1948)

O livro distópico mais famoso de todos os tempos

Um dos romances mais importantes do século XX, “1984” também investe na crítica aos estados totalitários, mostrando um sociedade que vive sob o olhar atento de um governo autoritário que emerge após uma guerra global, vigiando e controlando a todos o tempo todo, e considerando tudo subversivo (inclusive relações amorosas).

A história de “1984” se passa em um futuro sombrio e opressivo, onde o governo controla todos os aspectos da vida dos cidadãos.

O poder deste estado é assumido por uma sinistra entidade batizada de O Grande Irmão (Big Brother), um líder que ninguém nunca viu e que “cuida” de toda a humanidade através de teletelas, antecipando em mais de meio século o fim da privacidade que vivemos nos dias de hoje.

Este sistema opressor é batizado de Socialismo Inglês e tem como gatilho de rebelião o funcionário do Ministério da Verdade, Wiston Smith, que descobre uma parte de seu apartamento que não pode ser monitorado pelas câmeras do Grande Irmão.

Em suma, “1984” é uma crítica à sociedade totalitária e à perda da liberdade individual. Com uma narrativa envolvente e personagens cativantes, 1984 é uma leitura obrigatória para qualquer fã de distopias.

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3. Anthony Burgess: “Laranja Mecânica” (1962)

O livro distópico mais perturbador de todos!

Pouco lembrada quando se fala em distopias, esta obra de Anthony Burgess apresenta uma das distopias mais perturbadoras que se tem notícia. história se passa em um futuro onde a violência é a norma e o governo tenta controlar a população através de técnicas de condicionamento mental.

O protagonista de “Laranja Mecânica”, Alex, é um jovem delinquente que é preso e submetido a um tratamento experimental para reabilitá-lo.

Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante história contada em “Laranja Mecânica” cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário.

A estranha linguagem utilizada por Alex – soberbamente engendrada pelo autor à partir de vocábulos eslavos- empresta uma dimensão quase lírica ao texto.

Ao lado de ‘1984’, de George Orwell, e ‘Admirável Mundo Novo’, de Aldous Huxley, ‘Laranja Mecânica’ é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX.

Com um alto teor questionador nas entrelinhas, fugindo da alegoria, é atordoante como esta obra se encaixa perfeitamente em nossa sociedade atual.

No fim, fica a pergunta de qual é o limite da violência no ato de puni-la, seja física ou psicológica. Com uma linguagem inventiva e uma crítica à violência e à manipulação governamental, “Laranja Mecânica” é uma leitura obrigatória para os fãs de distopias.

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4. Ray Bradbury: “Fahrenheit 451” (1953)

A distopia onde os livros são queimados pelos bombeiros!

“Fahrenheit 451” é um clássico da literatura distópica escrito por Ray Bradbury. A história se passa em um futuro onde os livros são proibidos e queimados pelos bombeiros, que agora têm a função de apagar qualquer vestígio de literatura.

A inspiração veio após Bradbury ler a seguinte frase de Freud: “que progresso estamos fazendo. Na Idade Média queimariam a mim, hoje em dia, se contentam em queimar meus livros”.

Sendo assim, o Ray Bradbury criou um futuro distópico em que os livros são considerados nocivos ao bem estar da sociedade e os bombeiros desta comunidade pacata são os agentes executores das queimas dos volumes.

Todavia, a queima de livros em uma realidade futurista é apenas o pano de fundo para que Ray Bradbury desfile seu discurso crítico e inteligente acerca dos caminhos que a humanidade pode seguir em “Fahrenheit 451”.

Algumas previsões são impressionantes e fica evidente que tais elementos foram desenvolvido pelo traçado da personalidade de nosso sociedade.  A deturpação máxima dessa futura sociedade, alheia de total o senso crítico, se dá ao trazer os bombeiros como agentes piromaníacos literários.

Claro que os seres desta sociedade desenhada por Ray Bradbury, controlada por doses maciças de programas televisivos interativos e drogas, não possuem condições de estabelecer tal paralelo crítico.

“Fahrenheit 451” é uma obra seminal da ficção científica, que ecoa até os dias de hoje, em produções como a série “Black Mirror”. Isso porque, com uma narrativa envolvente e uma crítica à censura e à falta de liberdade de expressão, “Fahrenheit 451” é um livro que não pode faltar na lista de leitura dos fãs de distopias.

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5. Philip K Dick: “O Homem do Castelo Alto” (1962)

A distopia em que os alemães venceram a 2ª Guerra Mundial!

Acredito que muitas obras-primas literárias nascem de uma simples questão: “e se…?” . Consigo até mesmo imaginar o senhor Philip K. Dick em sua casa, lendo calmamente algum tópico que versava sobre a II Guerra Mundial, onde ele se perguntou: “e se…a Alemanha, Japão e Itália tivessem vencido a segunda grande guerra mundial?”

Com esta motivação, o autor nos apresenta em “O Homem do Castelo Alto” um mundo que não é culturalmente influenciado pela América do Norte, pois II Guerra Mundial foi vencida pelo Eixo – Alemanha, Japão e Itália -, o que causa severas mudanças no curso da história.

Talvez o brilhantismo máximo de “O Homem do Castelo Alto” esteja na inversão mágica da realidade e da ilusão histórica calcada no elemento imerso em todos os nichos da narrativa: The Grasshopper Lies Heavy.

Philip K. Dick era um destes que conseguia enxergar além da realidade e, com isso, criou uma das distopias mais interessantes da literatura mundial.

“O Homem do Castelo Alto” explora a possibilidade de criar toda uma realidade alternativa, separada da nossa realidade por um simples evento pivô. E aqui encontramos a essência da filosofia colocada sutilmente pelo autor: a realidade é questionável.

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6. Margaret Atwood: “O Conto da Aia” (1985)

A distopia onde as mulheres são violentadas em uma sociedade teocrática!

“O Conto da Aia” é um livro distópico escrito por Margaret Atwood que se passa em um futuro próximo em que os Estados Unidos se tornaram uma teocracia totalitária chamada de República de Gilead.

A história de “O Conto da Aia” é contada do ponto de vista de Offred, uma mulher que é forçada a se tornar uma “aia” e servir como reprodutora para um casal de elite e descreve um futuro em que as mulheres são reduzidas a meras reprodutoras em uma sociedade teocrática e opressiva.

“O Conto da Aia” é uma crítica ao patriarcado e à submissão feminina, além de abordar temas como religião, política e poder ao se passar em um futuro próximo onde a fertilidade das mulheres se tornou rara e as poucas que ainda podem engravidar são forçadas a servir como “aias”, escravas sexuais para casais inférteis da elite.

Neste sentido, “O Conto da Aia” nos faz refletir sobre a importância da luta por direitos iguais e pelo respeito à diversidade.

Com uma narrativa envolvente e uma crítica social afiada, “O Conto da Aia”  é um clássico moderno da literatura distópica e uma leitura imperdível para os fãs do gênero.

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7. Cormac McCarthy: “A Estrada” (2006)

A distopia mais triste, fria e sombria da nossa lista!

Numa clara influência do clássico mangá “Lobo Solitário”, de Kazuo Koike, Cormac McCarthy cunhou uma jornada fria, triste e sombria, que acompanhada a caminhada de um pai e um filho, donos de uns cobertores puídos, um carrinho de compras com poucos alimentos e um revólver com algumas balas para se defender de grupos de assassinos, tentando atravessar sozinhos os Estados Unidos em um cenário pós-apocalíptico rumo ao litoral, em busca da salvação e tentando fugir do frio, embora não saibam o que lá encontrarão.

Neste futuro não tão distante descrito em “A Estrada”, o planeta encontra-se totalmente devastado, as cidades foram transformadas em ruínas e pó, as florestas se transformaram em cinzas, os céus ficaram turvos com a fuligem e os mares se tornaram estéreis.

Os poucos sobreviventes vagam em bandos. Mais que um relato apocalíptico, “A Estrada” é uma comovente história sobre amadurecimento, esperança e sobre as profundas relações entre um pai e seu filho.

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Lista dos 10 Melhores romances distópicos, ou distopias, citados no artigo

Se você gostou do nosso artigo e está procurando por outros romances distópicos para ler, existem muitas opções excelentes. Alguns dos mais populares incluem:

  1. “1984” de George Orwell – confira aqui;
  2. “O Conto da Aia” de Margaret Atwood – confira aqui;
  3. “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess – confira aqui;
  4. “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley – confira aqui;
  5. “O Homem do Castelo Alto”, de Philip K. Dick – confira aqui
  6. “Jogos Vorazes” – de Suzanne Collins confira aqui;
  7. “Fahrenheit 451” – de Ray Bradbury confira aqui;
  8. “A Estrada”, de Cormac McCarthy – confira aqui;
  9. “Nós”, de Ievguêni Zamiátin – confira aqui;
  10. “Dança da Morte”, de Stephen King – confira aqui.

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