Marenna – Review de “Voyager” (2022)

“Voyager”, o quarto álbum da banda Marenna, traz uma fusão envolvente de hard rock e melodic rock, com produção impecável e composições maduras. Neste texto, exploramos os destaques do disco, que consolida o grupo como um dos principais nomes do rock melódico brasileiro. Confira nossa review completa!

Introdução

Formada em 2014 pelo vocalista e compositor Rod Marenna, a banda Marenna representa uma força criativa dentro do Melodic Rock brasileiro. Com mais de 30 anos de experiência na indústria, Rod já passou por diversas bandas covers e projetos musicais até consolidar sua visão musical própria no Marenna, uma fusão de Hard Rock clássico e AOR, repleta de melodias marcantes, maturidade na forma dempor e produções modernas.

O primeiro destaque da banda ocorreu em 2015, ao assinar com o selo dinamarquês Lions Pride Music e lançar o EP “My Unconditional Faith” e, em seguida, o álbum “No Regrets” (2017) – que resenhamos aqui -, ambos esgotados e aclamados pela crítica.

Agora, após uma trajetória de sucesso, o álbum seguinte, “Voyager”, lançado em 2022, marca uma nova fase para a banda, consolidando seu som num padrão internacional de qualidade.

Marenna: Aspectos Técnicos de “Voyager”

Gravado entre abril de 2021 e fevereiro de 2022, “Voyager” é o quarto álbum do Marenna e marca um amadurecimento significativo no som da banda, como discutiremos mais abaixo em nossa análise.

Todas as músicas foram arranjadas por Mauro Caldart e a própria banda, com a produção a cargo de Caldart. As gravações aconteceram em diversos estúdios no Rio Grande do Sul: os vocais principais foram captados no Broken Glass Studios por Arthur Appel, enquanto as guitarras foram registradas no Caldart Studios.

Teclados e baixos ficaram sob responsabilidade do DDS Studios, com engenharia de Luks Diesel, e a bateria foi gravada no Black Stork Studios, com Thiago Caurio e Benhur Lima na engenharia de som.

A mixagem e masterização foram feitas por Jonas Godoy no Linha Sonora Studios, também em Caxias do Sul.

A formação do álbum traz Rod Marenna nos vocais principais e backing vocals, Luks Diesel nos teclados e backing vocals, Arthur Schavinski na bateria e backing vocals, Bife no baixo, e Edu Lersch na guitarra principal em cinco faixas.

Entre os músicos adicionais estão o próprio Mauro Caldart, que tocou guitarra rítmica em todas as faixas e guitarra solo em algumas, e outros guitarristas como Bruno Pinheiro Machado e Rodrigo Flauzino.

A capa do álbum foi criada por Tiago Medeiros, com fotografias de Roger Clots. O disco foi lançado pelos selos Classic Metal Records e Heavy Metal Rock no Brasil, contendo 11 faixas principais e uma faixa bônus na edição física europeia lançada pelo selo Lions Pride Music. As faixas “Breaking The Chains” e “Wait” são destaques em videoclipes promocionais.

Confira a melhor oferta do modelo R1280DB da Edifier: Caixas de som bluetooth e alta definição

O que o Marenna diz de “Voyager”?

Claramente o processo criativo de “Voyager” buscou elevar seu som e trabalhar com um time de profissionais de alta qualidade, mesmo com os desafios de uma produção realizada à distância, durante a pandemia.

Luks Diesel, tecladista e coautor da faixa “Wait”, destaca que a composição dessa música foi uma prova de fogo. “A composição dessa faixa foi como um teste para ver se conseguiria – depois de tanto tempo – contribuir com algo no nível de composição do Marenna. Estou muito feliz de ter essa música no álbum e mais ainda em vê-la num belíssimo videoclipe”, comenta Luks.

Rod Marenna, por sua vez, mostra entusiasmo com o resultado final do álbum. “Acredito que consegui reunir as melhores músicas e trabalhar com o melhor time de profissionais, de forma mais eficiente e viável possível, mesmo tudo sendo feito a distância. O resultado superou todas nossas expectativas, que são as melhores para esse lançamento”, conclui o vocalista.

Capa do álbum “Voyager”, da banda Marenna, destacando a energia e a força do hard rock melódico presente no disco.

Nosso Review de “Voyager”

O álbum “Voyager”, lançado em 2022, marca uma nova etapa na carreira da banda gaúcha Marenna, liderada pelo vocalista e compositor Rod Marenna.

Com quase uma década de estrada e mais de 30 anos de experiência de seu líder na cena do rock, o grupo entregou um trabalho de hard rock oitentista com toques modernos e bem polidos, evocando tanto o espírito do AOR quanto uma produção sofisticada e atual.

“Breaking The Chains”, a faixa de abertura, dá um ótimo cartão de visitas para o que está por vir. Com linhas vocais cativantes, um refrão grudento e arranjos classudos, mas sem perder o apelo radiofônico, a música mostra que o Marenna sabe equilibrar requinte e adrenalina, com uma qualidade do som a um nível que não deve nada a bandas badaladas como H.E.A.T. e Eclipse.

A energia dessa faixa contagia, e as composições equilibradas deixam claro o nível de maturidade que a banda alcançou ao longo dos anos. Assim como ouviremos em algumas faixas subsequentes, como “Wait”, “Hold Me”, “Perfect Crime” e “Wherever You Go”, seguem o mesmo caminho, com ganchos melódicos, riffs potentes e solos de guitarra que inspiram poder.

“Perfect Crime”, aliás, se destaca como uma das melhores do disco, com teclados bem alocados e backing vocals estratégicos, criando um ambiente sonoro que remete ao melhor do hard rock melódico dos anos 80, mas com uma roupagem atual e cheia de energia.

Outro ponto alto do álbum é “Out Of Line”, que incorpora elementos de blues rock em sua estrutura, trazendo à tona influências de fases pontuais de bandas como Cinderella, Poison e Mr. Big. A essência do hard rock permanece intacta, mas há uma malícia bluesy nos arranjos que adiciona um toque de autenticidade e profundidade à faixa.

Aliás, a fusão de influências clássicas, como Whitesnake, Journey, Dokken e Skid Row, é evidente ao longo de todo o disco, mas cada faixa parece diluir essas referências em diferentes quantidades, dependendo do que a música pede.

“Gotta Be Strong” é um exemplo perfeito de por que o hard rock de pegada AOR continua sendo tão cativante. A faixa tem tudo para agradar fãs de longa data e novos ouvintes, com uma fusão de estilos que vai de Journey a Bon Jovi, sem perder o frescor da modernidade. É um hino de superação que eleva a energia do ouvinte e inspira autoconfiança, com um refrão grandioso e um solo de guitarra arrebatador.

Em contraste, “I Ain’t Stranger To Love” oferece uma balada poderosa, mas nada piegas, com melodias comoventes e uma execução emocional em cada movimento. Rod Marenna brilha aqui com uma performance vocal intensa, enquanto a banda constrói uma atmosfera eletrizante, mas profunda, ao seu redor.

Nem todas as faixas de “Voyager” atingem o mesmo nível de excelência, no entanto. “We Are United”, por exemplo, apesar de trazer uma mensagem positiva de união, parece se perder em clichês que não conseguem conectar da mesma forma que as outras músicas do álbum. A falta de coesão nas costura destes clichês deixam a faixa em segundo plano, uma das poucas fraquezas em um álbum repleto de momentos fortes.

Falando em momentos fortes, “Too Young To Die” se destaca como uma das faixas mais densas e climáticas do álbum. Com uma vibe que remete às trilhas sonoras dos anos 80, a faixa mantém uma atmosfera intensa e emotiva sem cair em maneirismos exagerados.

A produção de Mauro Caldart merece uma menção especial. Com uma mixagem cristalina e arranjos bem pensados, cada faixa soa grandiosa e coesa, sem perder a identidade individual. A masterização de Jonas Godoy também é impecável, dando a “Voyager” um som polido e refinado que se alinha com os melhores lançamentos do gênero nos últimos anos.

Os vocais de Rod Marenna são o ponto alto do álbum. Sua interpretação é envolvente e cheia de nuances, variando entre a força e a sutileza com maestria. Faixas como “Breaking The Chains” e “I Ain’t Stranger To Love” demonstram seu alcance vocal e habilidade de transmitir emoções complexas.

A banda, como um todo, está em excelente forma. As guitarras de Edu Lersch brilham em solos precisos e emotivos, enquanto a bateria de Arthur Schavinski e o baixo de Bife fornecem uma base sólida e cheia de groove.

Ao longo de suas 11 faixas, “Voyager” consegue equilibrar intensidade e melodrama, com uma narrativa lírica que explora tanto os altos quanto os baixos da vida. Mesmo com pequenos deslizes, como em “We Are United”, o disco é uma conquista notável na discografia da banda.

É um álbum que consolida o Marenna como um dos grandes nomes do hard rock brasileiro, capaz de dialogar com o passado sem deixar de olhar para o futuro. Para fãs de hard rock melódico e AOR, este é um álbum que não pode faltar na coleção.

As 3 Melhores Músicas de “Voyager”

  1. “Breaking The Chains” – abre o álbum com energia contagiante, combinando vocais poderosos e arranjos de guitarra marcantes. É a essência do hard rock melódico, com um refrão grudento e inspirador.
  2. “I Ain’t Stranger To Love” – é uma balada intensa que destaca a performance emotiva de Rod Marenna. Com melodias cativantes e arranjos suaves, a faixa traz uma dose de emoção sem soar piegas.
  3. “Too Young To Die”   oferece uma atmosfera densa e climática, remetendo aos clássicos dos anos 80, mas com uma abordagem moderna. Sua mensagem motivacional ressoa profundamente no ouvinte.

Conclusão

“Voyager” consolida o Marenna como um dos grandes nomes do hard rock melódico brasileiro, com uma produção refinada e composições maduras.

O álbum equilibra intensidade e emoção, destacando-se no cenário atual. Para os fãs do gênero, vale a pena ouvir e apoiar o trabalho da banda, adquirindo o álbum neste link.

Eleve seu som com os fones bluetooth Edifier W600BT: Clareza incrível, custo-benefício imbatível. Confira já!

Leia Mais: