A banda Lucifer retorna com “Lucifer III”, combinando rock setentista, doom e heavy metal. Johanna Sadonis e sua banda criam uma experiência sonora imersiva, que mescla nostalgia e modernidade em um álbum sombrio e irresistível.
Introdução
“Lucifer III” é o terceiro álbum de estúdio da banda Lucifer, que alcançou um sucesso internacional significativo com o aclamado “Lucifer II” de 2018. Formada em 2014, a banda solidificou sua identidade com uma nova formação que elevou sua capacidade de composição e impacto sonoro.
Este terceiro álbum une os talentos de composição de Johanna Sadonis e Nicke Andersson (The Hellacopters, Entombed, Imperial State Electric), e aperfeiçoa ainda mais a mistura única de hard rock dos anos 70, elementos de doom, doses de heavy metal clássico e refrões cativantes. O resultado é uma coleção poderosa de baladas sombrias, classic rocks lascivos, refrãos viciantes e o esperado, mas sempre bem vindo, peso sabático.
É importante mencionar que o disco foi lançado no Brasil em 2024, pelo selo Shinigami Records em parceria com a Century Media Records,e pode ser adquirido aqui.
Aspectos Técnicos de “Lucifer III”
Continuando sua jornada de revitalização do hard rock setentista com uma fusão de doom e heavy metal clássico a banda Lucifer entregou seu terceiro álbum em 20 de março de 2020, via Century Media Records.
O disco se estende por 39 minutos e 21 segundos, apresenta um total de nove faixas que destacam a versatilidade e a intensidade da banda. A formação responsável por esse trabalho inclui Johanna Sadonis nos vocais, Nicke Andersson na bateria, além de Martin Nordin e Linus Björklund nas guitarras, entregando uma sonoridade robusta e cativante.
A gravação e a mixagem do álbum foram realizadas no Honk Palace, em Estocolmo, sob a batuta de Nicke Andersson, que também assumiu a produção e a direção de arte ao lado de Johanna Sadonis. A masterização ficou a cargo de Magnus Lindberg, no Redmount Studios, também em Estocolmo.
A capa do álbum, um elemento visual impactante que complementa a atmosfera sonora de “Lucifer III”, foi criada pelo renomado artista Graham Humphreys, conhecido por seu trabalho com cartazes para filmes de terror nos anos 1980.
O que banda disse sobre o álbum?
Às vésperas do lançamento de “Lucifer III”, Johanna Sadonis e Nicke Andersson compartilharam suas perspectivas sobre o novo trabalho.
Em entrevista à Tuonela Magazine, Johanna destacou o tom mais sombrio das letras, que se aproximam da atmosfera do álbum de estreia. “Eu queria abordar mais temas de horror neste novo álbum,” disse Johanna, indicando uma direção mais sombria e introspectiva em comparação com “Lucifer II”.
Nicke acrescentou: “Embora Lucifer II também tenha tido uma carga pesada, este novo álbum definitivamente explora um lado mais obscuro.”
A faixa “Stay Astray” é um exemplo dessa temática, refletindo a natureza introvertida dos dois líderes da banda. “É definitivamente uma canção que glorifica o ato de se afastar das pessoas,” afirmou Johanna, destacando a conexão pessoal com as letras.
Musicalmente, “Lucifer III” mantém a sonoridade que caracteriza a banda, mas com uma maior ênfase nos elementos de horror. “Embora estejamos na mesma formação de Lucifer II, as letras e a atmosfera deste álbum são mais sombrias, mais próximas do nosso primeiro trabalho,” explicou Johanna. Nicke concluiu: “Este álbum é uma continuação natural do que começamos, mas com uma profundidade temática e musical que nos leva de volta às nossas raízes.”
Nosso Review do terceiro álbum da banda Lucifer
Como o próprio nome já indica, “Lucifer III” é o terceiro álbum de estúdio da banda sueca Lucifer. Eles já haviam chamado a atenção com seu segundo disco (sim, intitulado “Lucifer II”), muito pelo salto de qualidade e maturidade que se ouvia em comparação ao primeiro trabalho.
Contribuiu para esse fato a entrada do mago do vintage rock Nicke Andersson (Hellacopters e Imperial State Electric) que influenciou na timbragem mais vívida e nos desenhos mais inflamados das guitarras.
Agora, nesse terceiro disco, a banda liderada pela vocalista Johanna Sedonis nos remete à abordagem do Ghost, só que sem a aura eclesiástica e com uma formatação mais austera, que lembra a do Kadavar em “For The Dead Travel Fast”.
Isso tudo enquanto remodela à seu modo influências de Black Sabbath, Deep Purple, Kiss, Fleetwood Mac, Heart e Blue Oyster Cult, ou seja, temos melodias cativantes e sombrias em conluio ao peso sinuoso e psicodélico do blues rock.
Os climas são imersivos em sua maioria e aí reside o maior trunfo deste terceiro trabalho: a capacidade de nos envolver pelo clima sedutor do rock clássico adocicado pelas doses setentistas de pop rock.
De certa forma, esse terceiro capítulo da discografia nos mostra que o Lucifer encontrou sua fórmula artística cheia de remissões ao misticismo do rock setentista, sendo uma continuação ainda mais aveludada do disco anterior.
O que não significa que é ruim. Muitíssimo pelo contrário!
Sim, eles estão apostando em ganchos melódicos saborosos, quase de acessibilidade pop, mas num conjunto final de clima gótico diferente, digamos, mais mórbido, similar àquela gerada nas clássicas histórias de terror do romantismo europeu.
É uma receita infalível desde a faixa de abertura, “Ghosts”, já um novo clássico da discografia da banda, até “Cemetery Eyes” (uma balada classic rock com tempero gótico), o desfecho do disco.
Entre essas duas passamos por composições de destaque como “Midnight Phantom” (com riffs sabáticos, clima sombrio e um refrão irresistível), “Leather Demon” (com dramaticidade de balada e belíssimos vocais), “Pacific Blues” (com ritmo e melodias insinuantes), “Coffin Fever” (mais uma com DNA sabático) e “Stay Astray” (com ótimas guitarras).
Não seria exagero dizer que o Lúcifer, nessas nove músicas, entrega um amálgama sonoro que reúne tudo que deu certo no mundo do rock: mistério, ocultismo, músicas com base simples, mas muito bem adornadas em seus arranjos, refrãos grudentos e riffs pegajosos.
Todas essas músicas citadas formam quase uma versão musical dos instigantes e envolventes filmes de terror da histórica produtora Hammer. Aqueles que, se não te prendem pelo medo, te fascinam pela sensualidade implícita, ou cativam pelo humor satírico dos exageros deliberados nos clichês.
Além disso tudo, ainda temos o sotaque carregado da belíssima voz de Johanna Sadonis que combina muito com a imagética criada pela banda.
Esse clima de terror, sombras e escuridão extrapola as músicas, indo para as letras e parando na capa do disco, feita por Graham Humphreys, artista britânico responsável por artes para filmes como ” The Evil Dead”, “A Nightmare on Elm Street”, “House of 1000 Corpses” (de Rob Zombie) e “Um Drink no Inferno”.
A produção orgânica deu espaço para os instrumentos e os timbres valvulados cresceram sem perder a definição. Através de um excelente trabalho em estúdio foram capazes de imprimir a contundência e a dramaticidade das guitarras do heavy metal de uma forma aveludada.
Se você curte o Lucifer pode ir atrás desse terceiro disco sem medo!
Top 3 de “Lucifer III”
- “Ghosts” – Abrindo o álbum com uma energia clássica, “Ghosts” já se tornou um novo clássico da discografia do Lucifer, combinando riffs envolventes e uma atmosfera imersiva.
- “Midnight Phantom” – Com riffs sabáticos e um clima sombrio, esta faixa se destaca pelo seu refrão irresistível e a abordagem das letras.
- “Cemetery Eyes” – Uma balada classic rock com tempero gótico, encerrando o álbum com uma melodia envolvente e uma sensação de desfecho perfeito.
Conclusão
“Lucifer III” consolida o caminho que a banda Lucifer vem trilhando, misturando habilmente elementos de rock setentista, doom e heavy metal, criando uma sonoridade que é ao mesmo tempo nostálgica e contemporânea.
Embora o álbum mantenha uma proximidade temática e musical com seu predecessor, ele consegue cativar com melodias envolventes, riffs marcantes e a voz inconfundível de Johanna Sadonis.
As influências de grandes nomes como Black Sabbath, Deep Purple e Fleetwood Mac são reformuladas de maneira única, resultando em um trabalho que, embora não traga grandes surpresas, entrega uma experiência sonora rica e sedutora.
“Lucifer III” pode não revolucionar o gênero, mas certamente reafirma o lugar da banda na cena atual, oferecendo um álbum que é tanto uma homenagem quanto uma evolução de suas raízes musicais.
Um disco que merece ser apreciado, especialmente pelos fãs de rock clássico com uma pitada de misticismo.
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Leia Mais:
- Lucifer – Review de “Lucifer II” (2018 | 2024, Shinigami Records)
- De Strokes a Linkin Park: As 20 Bandas que “Salvaram” o Rock nos anos 2000
- Green Lung – Review de “This Heathen Land” (2023)
- The Hellacopters: Review de “Grande Rock Revisited” (2024)
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