Resenha completa do álbum ‘Mosaic’ da banda Theocracy. Descubra as melhores faixas, a qualidade musical e o impacto deste lançamento no heavy metal que chega ao Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Atomic Fire Records.
Introdução
Theocracy é uma das melhores bandas de metal melódico que surgiram no novo milênio. Fundada por Matt Smith no ano de 2002, em Atenas, Geórgia, a banda rapidamente se destacou no cenário do metal cristão, conquistando fãs com seu som poderoso e letras profundamente significativas.
Originalmente um projeto solo do multi-instrumentista Matt Smith, que gravou o álbum de estreia inteiramente sozinho, a Theocracy evoluiu para uma banda completa com a adição de Val Allen Wood na guitarra em 2009. Ao longo dos anos, a formação se consolidou com Shawn Benson na bateria e Seth Filkins no baixo.
“Mosaic” é o quinto álbum de estúdio da banda, que chega após sete anos de hiato, marcando uma nova fase na sua trajetória. A discografia da banda inclui os álbuns “Theocracy” (2003), “Mirror of Souls” (2008), “As the World Bleeds” (2011) e “Ghost Ship” (2016). Além disso, a banda lançou um cover de “Time” do Angra no YouTube como tributo a Andre Matos, mostrando seu respeito e influência por outros grandes nomes do metal melódico.
Sua música combina elementos de power metal e metal progressivo, lembrando bandas como Edguy, Avantasia e Symphony X. As letras abordam temas de fé, vida e teologia, oferecendo uma coleção de músicas tecnicamente rica e melodicamente emocional.
Cabe mencionar que “Mosaic” foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Atomic Fire Records, e você pode encontrar sua versão nacional em CD clicando aqui.
Aspectos Técnicos de “Mosaic”
“Mosaic” chega com uma duração total sugestiva de 01:06:06 (ou seja, 66 minutos e 6 segundos), que se dividem em dez faixas. A formação atual da banda inclui Matt Smith nos vocais principais, percussão e vocais de apoio; Jonathan Hinds nas guitarras, percussão e vocais de apoio; Jared Oldham no baixo e vocais de apoio; Ernie Topran na bateria e percussão; e Taylor Washington nas guitarras e vocais principais na faixa “Sinsidious (The Dogs Of War)”.
A produção, gravação, engenharia e mixagem foram realizadas por Matt Smith nos estúdios Theocracized e Full Moon, localizados em Atenas, Geórgia. A masterização foi feita por Emily Lazar e Chris Allgood no The Lodge, em Nova York. A arte da capa, direção de arte, design e layout foram realizados por Steven W. Howard, com Ron Carson responsável pela fotografia da banda.
Os vídeos oficiais lançados para promover “Mosaic” incluem “Return to Dust” e “Mosaic”, além de um lyric video para a faixa “Flicker” e já antecipavam o compromisso de Theocracy com sua mensagem musical e espiritual.
O que o Theocracy diz de “Mosaic”
Matt Smith, vocalista e fundador do Theocracy, reflete sobre o processo de criação e a essência de “Mosaic”. “É o trabalho da minha vida,” diz ele. “Tudo o que eu queria fazer desde criança era compor músicas, então Theocracy existia na minha cabeça desde muito antes do primeiro álbum.”
Sobre a temática do álbum, ele explica: “É sobre como nós vemos apenas as cenas individuais de nossas vidas, mas nos está faltando a perspectiva para ver a pintura geral que essas cenas eventualmente criam quando combinadas. Os bons e maus tempos, as coisas que desejamos que não acontecessem… são todas peças que formam o que acabamos nos tornando.”
Ele também comenta sobre seu rigoroso processo criativo: “Há muito de tudo por aí, então cada vez mais eu tenho um diálogo interno impiedoso comigo mesmo quando estou compondo: ‘Cara, será que o mundo realmente precisa disso? A vida será um pouco melhor, um pouco pior ou não será diferente se essa música existir? Por causa disso, a grande maioria das coisas que começo é descartada. Portanto, as músicas que são lançadas são aquelas que eu realmente acho que valem a pena ouvir.”
Matt destaca a criação de uma faixa específica: “No final do disco, percebi que precisávamos de uma faixa antológica de mid-tempo para equilibrar a experiência, e foi aí que escrevi ‘Return To Dust’.” Finalmente, ele menciona a evolução da banda com o novo álbum: “Com ‘Mosaic’, o Theocracy finalmente se tornou a potência pioneira que há muito tempo almejava ser.”
Nosso Review de “Mosaic”, da banda Theocracy
De saída, a Theocracy se apresenta como uma banda de heavy metal com fortes tendências melódicas dos anos 90, tangenciando o hard rock moderno. Utilizam bem teclados, linhas vocais determinadas e ritmos bem marcados, mas sabem que a força do estilo reside nos riffs e nos refrões. Isso fica claro na faixa “Sinsidious”, onde é difícil resistir à tentação de praticar air guitar, afinal ela apresenta um dos melhores trabalhos de guitarra dos últimos 20 anos no power metal.
A banda coloca todas essas cartas na mesa já na primeira faixa eletrizante, “Flicker”. Esta música é uma montanha-russa de guitarras tempestuosas e linhas vocais melódicas que cativam o ouvinte desde os primeiros segundos. Os riffs poderosos e solos vertiginosos guiam o trabalho de guitarra ao longo de todo o álbum.
Após quase quatro minutos eletrizantes de “Flicker”, a faixa “Anonymous” traz um ritmo mais cadenciado, evidenciando ainda mais as influências noventistas do heavy metal. No entanto, o Theocracy não se prende a uma abordagem purista do gênero. Em várias passagens, encontramos grooves diferenciados, paradas estratégicas e transições inesperadas para o power/heavy metal, misturados com guitarras, teclados e o atrito entre peso e melodia.
Além dessas, destaco a faixa-título, “The Sixth Great Extinction” e “Liar, Fool or Messiah” como bons momentos do álbum. Cada uma dessas músicas é única, dinâmica e bem construída, empolgando o ouvinte com sua fórmula de atrito entre opostos. As influências de bandas como Helloween, Angra, Rage, Hammerfall e o antigo Stratovarius são claras ao longo de todo o álbum. A faixa-título, por exemplo, lembra os melhores momentos do Angra.
O trabalho vocal também merece menção especial. O vocalista Matt Smith tem uma técnica brilhante e versátil, encaixando-se bem tanto em momentos mais pesados quanto nos mais introspectivos e calmos. Ele abusa dos agudos, como é típico no estilo dramático do heavy metal, mas sempre com bom gosto e sem parecer exibicionismo. Isso fica claro na balada “The Greatest Hope”, onde sua voz transmite uma emoção profunda e genuína.
A produção do álbum é outro ponto de destaque. Orgânica e nostálgica, captura a essência da época de ouro do power metal e metal melódico, quando esses estilos dominavam o cenário do heavy metal. A banda investe em várias mudanças de andamento, tornando as músicas ainda mais dinâmicas e interessantes. Os músicos podem não ser os mais técnicos, mas sabem exatamente a música que querem fazer. Em vez de copiar suas influências, eles as utilizam como pontos de partida para criar uma identidade própria dentro de um gênero que já foi muito saturado.
O álbum foi produzido, gravado e mixado por Matt Smith, garantindo que cada detalhe estivesse de acordo com sua visão. A produção é limpa e cheia, com performances notáveis de Ernie Topran na bateria e Taylor Washington na guitarra solo. O solo de Washington em “Anonymous” destaca-se, dando uma nova camada de complexidade à música.
No geral, “Mosaic” se destaca como uma fusão interessantíssima de prog metal e metal melódico, especialmente na faixa-título e na faixa que fecha o álbum, “Red Sea”, uma épica composição de quase vinte minutos que exibe a paixão da banda por Iron Maiden e Judas Priest, com guitarras proeminentes, pesadas e boas melodias. Esta faixa, escrita antes mesmo do primeiro álbum do Theocracy, foi reimaginada e refinada ao longo dos anos, mostrando a evolução musical da banda.
Enfim, a espera de quase sete anos desde “Ghost Ship” foi recompensada com um trabalho que mantém a identidade da banda enquanto explora novos territórios musicais. “Mosaic” não só reflete o compromisso da banda com a música de qualidade, mas também destaca sua habilidade em criar composições que tem potencial de marcar os ouvintes.
As 3 Melhores Faixas de “Mosaic”
- “Mosaic”: A faixa-título mistura prog metal e metal melódico. Inicia com guitarras acústicas e vocais delicados, evoluindo para riffs intensos. O solo de Taylor Washington destaca-se. A letra trata das vidas como peças de um grande mosaico.
- “Sinsidious (The Dogs Of War)”: “Sinsidious” apresenta riffs intensos e solos vertiginosos, num dos melhores trabalhos de guitarra dos últimos 20 anos no power metal. A seção instrumental adiciona complexidade. As letras abordam guerra e corrupção, refletindo sobre os males do poder. Se torna memorável pelo impacto musical e temática poderosa, mostrando a capacidade técnica e emocional da banda.
- “The Sixth Great Extinction”: Combina power metal e metal progressivo, abordando devastação ambiental. Guitarras pesadas, ritmos dinâmicos e a bateria de Ernie Topran criam uma base sólida. As letras refletem a responsabilidade humana na destruição do planeta. Destaca a crítica social com performance musical de alto nível.
Conclusão
“Mosaic” é uma poderosa adição ao catálogo da Theocracy, destacando-se pela sua qualidade musical, letras profundas e produção impecável. Faixas como “Mosaic”, “Sinsidious (The Dogs Of War)” e “The Sixth Great Extinction” mostram a habilidade da banda em criar composições técnicas e emocionantes, combinando prog metal e metal melódico de forma criativa e empolgante. Recomendo fortemente a todos os fãs de metal ouvirem este álbum e considerarem adicioná-lo às suas coleções.
Leia Mais:
- Green Lung – Review de “This Heathen Land” (2023)
- Lords of Black: Review de “Mechanics of Predacity” (2024, Shinigami Records)
- Therion: Review de “Leviathan III” (2023)
- Tellus Terror: Review do Álbum “DEATHinitive Love AtmosFEAR” (2024)
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